Roubaste a minha alma e meu corpo.
Diante da transitoriedade do teu
olhar,
Escravizaste-me no que mais sutil
eu possuía:
Não me possuo mais.
Vivo do teu reflexo,
Vivo das tuas migalhas jogadas ao chão
As chagas se abrem e se fecham
Como a dança das lavas do vulcão
Ativo e em erupção.
Devoro-te
Possessa
Com ardor e dor
Sangro e assopro
Devoro-te
Tiraste de mim
O que me aprecia:
A minha paz.
E com a pá,
Enterraste-me aos teus pés
Cavaste dentro de mim.
Quem és tu?
Que me alimentas e me fazes devorar
Jogada na lama
Da incerteza do indefinido
Plano infinito
Possuíste-me
Devoro-te arrebatadoramente
Devolva-me o que me é de nascimento
Minha alma que subjugas
No calor dos teus pés
Esfrangalhas-me com um suspiro
Arrematas-me e me matas.
Quem és tu?
Que me matas um dia
Que me libertas em outro
Que me aprisionas ali
Que me fazes renascer aqui
Quem és tu?
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