quarta-feira, 8 de maio de 2013

DEIXE-ME CUIDAR...


Deixe-me remar

no leme de sua proteção
pelas águas do mar
no abismo do seu coração

Deixe-me achar que cuidarei
dos seus ventos e do seu mar
para que eu possa lhe cativar
nas areias finas lhe buscarei


Deixe-me acreditar
que estarei a lhe esperar
na rede do meu imenso mar
para que possas me coroar





terça-feira, 7 de maio de 2013

Navio





Em um mar, longe da terra, um navio navega diante da tempestade embriagada pela ressaca da mudança climática. Só os ventos escutam os gritos de desespero dos cem tripulantes:

- As boias!! Peguem-nas!!! Força!!


- Marujo!! As velas!!! Ergam-nas!!!

E o velho vendo aquele agito das pessoas a bordo, em sua insanidade senil, recita as palavras ao vento com os braços abertos:

- Aprendam a nadar!!! Não sabem?! Ora, bolas!

Interrompido pela tosse, volta a esbravejar contra os quatro-ventos das sombras da tripulação:

- Então, onde estão as boias? Salva-vidas!?!  No mar salgado e infinito, onde estão os salva-vidas?!? No mar insípido, onde estão os botes do navio?!? Quem se salvará?

Ninguém o ouve, ocupados com o destino do navio, mas ele continua e pronuncia uma profecia:

- Os instintos primitivos sobreporão à ética!!

Perplexo contra seu próprio reflexo esculpido na água do mar, o velho diz calmamente:
- Que ética? Essa fugiu com o espírito moral e deixaram-nos desafortunados...

O velho molhado pela água do mar misturada com a da chuva, grita:
- Desavisados, correram para ser avisados e não pularam! Todavia, inauguram a sua fase na idolatria. Quem poderá nos salvar?

Não os dão ouvido e persistem os guerreiros tripulantes sãos no navio ao léu... Ah! Que destino cruel!

E o mais velho pensa e imaginando ser ouvido por todos, questiona abertamente, franzindo a testa:
- Por hora, não nos dizem que somos livres? Assim, falam os avessos ao Mito da Caverna... "Libertas quae sera tamen"

E o navio, após a tempestade, segue a sua jornada com os tripulantes e o velho louco...

sexta-feira, 3 de maio de 2013

DESTINO

Destino que nos desnuda
Retira- nos a esperança
Faz a vida com dança
E música muda...

ANDANÇAS





Tempo de Mudanças!
Sem que haja danças?

Tempo de Mudanças!
Sem que haja esperanças?

Tempo de Mudanças!
Sem que haja mudas?

Mudas, mudanças. ..
Mudos, sem mudanças. ..





PARA A MOÇA DAS CAPAS E CORES



Menina das cores e capas,
O que trazes para mim?
Menina dos amores e harpas,
O que trazes para mim?

No alvorecer colorido,
Trazes a irreverência do seu ser.
No amanhecer unido,
Trazes o coração tangido.

Na rouquidão da sua voz,
Trazes a suavidade do seu amor.
No brilho dos seus olhos,
Trazes a brandura do seu valor.

Moça das capas,
Cheia de paz.
Moça das cores,
Cheia de amores.

É o que trazes para mim...